domingo, 13 de novembro de 2011

Os Gastos Exorbitantes Dos Congressistas

13/11/2011
Carrinho de Compras: Câmara gasta 76,4 mil em 9 mil kg de café
Antonio Maldonado
Do Contas Abertas
Um cafezinho durante o expediente é como combustível pra grande parte dos brasileiros e, ao que parece, esta opinião também prevalece para os servidores da Câmara dos Deputados. Na última terça-feira (8), a Casa gastou R$ 76,4 mil na compra de 9.000 Kg de café em pó da marca Fino Sabor. Cada quilo da especiaria custou R$ 8,49 aos cofres públicos.
Além do café, outra preocupação do órgão neste fim de ano é com a perpetuidade das memórias e da história de vida dos deputados federais. Uma série de biografias está sendo produzida e, esta semana, a Câmara emitiu nota de empenho autorizando a contratação do senhor Osvaldo Martins de Oliveira Filho para a elaboração e sintetização da biografia do ex-deputado Mário Covas. O montante de R$ 36, 8 mil será pago pelo trabalho.
Já no Senado Federal as preocupações são outras. O órgão ofereceu, em outubro, um coquetel para 80 pessoas em virtude do IV Semana da Valorização da Primeira Infância, contudo, só agora o serviço de coquetel volante que foi oferecido durante o evento foi pago. O valor do empenho foi de R$ 3,6 mil. Outro evento realizado pela Casa vai acontecer nos dias 16, 17 e 18 de novembro o IV Concurso de Redação do Senado e, por isso, foi empenhado o valor de R$ 4,7 mil para a distribuição de 60 lanches aos concorrentes. Ambos os empenhos foram ou serão pagos à empresa Cristina Roberto Buffet e Produções Culturais.
A saúde e o bem estar dos nossos representantes são temas que merecem cuidado especial, ao passo que dependemos da disposição dos próprios para decidir os rumos que o nosso país deverá seguir. Talvez em razão disso, foi feita a compra de 100 refis de álcool em gel da marca Gojo, compatíveis com os dispensadores disponíveis nas dependências do Senado, no valor total de R$ 9,5 mil. Ainda referente à questão do bem estar dos Senadores, está o empenho de R$ 78 mil para fornecimento e instalação de tela de arame galvanizado na fachada de imóveis funcionais dos blocos “C”, “D” e “G” da quadra 309 da Asa Sul.
O Judiciário também encheu o carrinho esta semana. O Supremo Tribunal Federal (STF) aparece no Carrinho de Compras desta semana em grande estilo. O órgão comprou 15 carros novos, no valor de R$ 58 mil cada. Os carros são da marca FIAT e do modelo Linea HLX/16 V/1.8 Dualogic. O total do valor destinado aos carros foi de R$ 870 mil.
Também esta na conta do STF a compra de uma beca nova para o senhor Ministro Gilmar Mendes. A toga de gala em cetim na cor preta é acompanhada por uma camisa, também de gala, na cor branca. Ambas deverão ser confeccionadas sob medida pela marca Villa Norte. Os preços das vestimentas somam mais de R$ 1 mil. Além da renovação no guarda-roupa, o Supremo também aproveitou o final do ano para dar uma arrumada na casa. Comprou 40 computadores da marca Lenovo Tecnologia (Brasil) LTDA, no valor unitário de R$ 3 mil, totalizando um montante de R$ 120 mil.
E para fechar as compras da semana, a Secretaria de Administração da Presidência da República emitiu empenho no valor de R$ 5 mil para a aquisição de quatro tanques para peixe, com estruturas de alumínio e bóias de sustentação, a ser entregue no almoxarifado do Palácio do Planalto. A capacidade de cada tanque é de 300 kg de peixe.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Taxa De Juros É A Menor Em 17 anos!

         
          O Banco Central (BC) está testando o menor nível de juro real no Brasil desde que foi lançado o plano Real. A taxa real desconta a inflação esperada dos juros cobrados. Na média de outubro, o juro real caiu para 4,5%. Os juros prefixados de 360 dias entre grandes empresas e bancos ficaram em 10,5%. Deduzindo-se a expectativa de inflação do IPCA nos próximos 12 meses, de 5,7%, chega-se aos 4,5%.
          Para o BC, a queda do juro real é compatível com a volta do IPCA para bem perto do centro da meta de inflação, de 4,5%, no final de 2012. A instituição conta com a desaceleração da economia pela alta anterior da Selic, a taxa básica de juros, pelas medidas macroprudenciais de contenção do crédito e pela política fiscal mais apertada.
          Mas, além disso, o BC vê um gradual processo de declínio da chamada "taxa neutra" de juros, que é o juro real que não estimula nem desestimula a demanda. Quanto menor a taxa neutra, mais baixa pode ser a Selic que mantém a inflação sob controle. "O juro neutro é importante, as pessoas têm de prestar mais atenção nisso", diz uma fonte da equipe econômica.
          No mercado, porém, há uma corrente bastante preocupada com a recente aceleração da queda do juro real. "Eu acho que essa redução tem sido forçada, e é por isso que hoje temos uma combinação pior de inflação e crescimento", diz o economista Fernando Rocha, sócio da gestora de recursos JGP, que prevê crescimento de apenas 2,5% em 2012, com inflação de 5,6%.
          O juro real brasileiro se manteve acima de 10% do início do plano Real até o final de 2003. Nesse período, várias vezes a taxa real atingiu níveis estratosféricos, acima de 20% ou mesmo de 30%. A partir de 2004, o juro real oscilou bastante, mas com uma tendência geral de queda. A crise global de 2008 e 2009, porém, provocou uma redução mais forte do juro real, com a queda rápida da Selic, e em julho de 2009 chegou-se a um mínimo de 4,8%.
          A taxa real voltou a subir com o reaquecimento da economia, até um máximo de 7,1% em maio de 2011. No entanto, com a surpreendente decisão de cortar a Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no final de agosto, o BC desencadeou uma nova rodada de queda da taxa real de juros. De uma média de 6,1% em agosto, ela despencou para 4,7% em setembro e 4,5% em outubro.

Expectativas

          O cálculo do juro real deduzindo-se a expectativa de inflação da taxa prefixada é visto pelos economistas como a medida mais importante, porque influencia as decisões das pessoas e das empresas, além da política monetária.
          O juro nominal utilizado é a taxa prefixada de 360 dias das operações entre grandes empresas e bancos, isto é, a menor taxa de mercado. As taxas para as pessoas e a maioria das empresas são muito maiores, mas tendem a acompanhar os movimentos deste piso dos juros de mercado.
          Essa taxa prefixada de 360 dias tem uma estreita correlação com a Selic, mostrando implicitamente qual é a expectativa do mercado sobre a trajetória da taxa básica neste período.
          Assim, se há uma mudança súbita nas projeções da Selic, como ocorrido depois da reunião do Copom de agosto, a taxa prefixada acompanha - naquele caso, caindo fortemente, de 11,9% na média de agosto para 10,5% na média de outubro.
          O outro fator que influencia a taxa de juros real é, naturalmente, a expectativa de inflação, quanto maior ela for, para uma mesma taxa prefixada, menor serão os juros reais.
          Quando o Copom iniciou o atual ciclo de corte da Selic em agosto, com a redução de 12,5% para 12% (agora já está em 11,5%, com mais um corte em outubro), houve muito ceticismo no mercado quanto ao comprometimento do BC em trazer de fato a inflação de volta para o centro da meta em 2012.
          O impacto desancorou as expectativas de inflação, e a projeção do mercado do IPCA nos 12 meses à frente disparou de 5,47% no final de agosto para 5,76% na de 23 de setembro. Esse salto na inflação esperada, naturalmente, comprimiu ainda mais o juro real.
          A partir do fim de setembro, a expectativa de inflação 12 meses à frente passou a recuar e já havia caído para 5,62% em 28 de outubro. Com isso, o juro real acabou tendo uma leve subida, a partir do nível mínimo diário de 4,3% em 3 de outubro. No dia 28 de outubro, estava em 4,5%.
          A melhora nas expectativas de inflação nas últimas semanas mostra alguma convergência do mercado para a visão apresentada nas recentes comunicações do BC. Assim, a economia está desacelerando mais fortemente do que muitos analistas julgavam até alguns meses atrás, e a crise externa é pior do que parecia, com impactos mais relevantes sobre o Brasil.
          Isso não quer dizer, porém, que o mercado tenha comprado o plano de voo do BC. "Não há mudança estrutural nos últimos anos que possa ter aberto o caminho para uma queda sustentável desta magnitude do juro real", diz Silvio Campos, economista da consultoria Tendências.
          Um ex-diretor do BC observa que o atual nível do juro real está próximo, até um pouco abaixo, do recorde de baixa anterior, em 2009, quando havia uma clara política de estímulo à demanda. Assim, como é difícil que a taxa neutra possa ter caído tanto assim de 2009 para cá, o atual nível também é expansionista.
Rumo aos 2%
          Para o economista Julio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industria (Iedi) e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o fraco crescimento projetado da economia brasileira em 2011 e 2012, em torno de 3% ao ano, cria uma oportunidade para se reduzir ainda mais o juro real. Ele acha possível inclusive chegar aos 2% no fim do mandato da presidente Dilma Rousseff, como o governo havia prometido. Para isso, porém, diz Gomes de Almeida, seria necessário ampliar o investimento público, especialmente em infraestrutura, e incentivar o investimento privado, para remover gargalos inflacionários.

De: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,taxa-de-juros-e-a-menor-em-17-anos,91166,0.htm
 

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